quarta-feira, 6 de novembro de 2013

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domingo, 14 de julho de 2013

Antes de votar, inspire-se no mar.


"E votar nele e se votassem lá lhes dava: um bacalhau, um pão-de-ló, uma salsicha. E prometeu que construia um hospital, uma escola e casas de habitação..."
Assim cantava SG em "Cuidado com as Imitações".
Por essa altura os candidatos ao poder autárquico ainda prometiam: um hospital, uma escola, uma capela...
as piscinas, as rotundas e os estádios de futebol vieram depois...

Autárquicas 2013 - Começou a habitual romaria com vista à tomada do poder local. Uma oportunidade que o 25 de Abril deu ao Povo de eleger representantes regionais capazes de ter visão e previsão para tornar aldeias, vilas e cidades espaços dignos, onde as pessoas pudessem viver e conviver condignamente. Até aqui, tudo bem. O problema surge quando um conjunto de chicos espertos se foi gradualmente apercebendo que, em vez disso, o melhor seria mesmo tomar o dito poder - os partidos existem com vista à tomada do poder - para benefício próprio. Excetuando notáveis confirmações da regra, as eleições autárquicas tornaram-se uma dança com coreografia repetitiva de passos mal dados,  para onde passaram a concorrer interesses pessoais movidos pelas mais variadas motivações; uma tristeza que o número de votantes vai refletindo e da qual a juventude foge como o diabo da cruz. Identificar as exceções é o exercício que deveremos realizar antes de ir à urna. O primeiríssimo requisito é perceber o que se propõem fazer pelo concelho, pelas cidades/vilas/aldeias onde vivemos. Pesquisando verificaremos que a tendência é para não se comprometem minimamente, pois tal veleidade poderia beliscar algum interesse militante. Ficam-se, portanto, por frases inócuas e infantis, como se fossemos todos néscios(as). "Comigo é sempre p'á frente", "Comigo não vai no bando de trás",  "Vote em mim que ganha uma bola de Berlim" ou "Vote em mim que ganha uma borla de Berlim"...
Fogem dos pormenores como os jovens dos partidos.
Infelizmente -ou talvez nem tanto assim- a música de fundo do Mundo mudou a ponto da generalização do comércio -alguém se propõe comercilizar seja o que for sem o propósito de obter o retorno do investimento com mais valia?- trazer à evidência a necessidade que os países têm de ser competitivos, de terem disciplina orçamental para defenderem as suas moedas,  de produzirem mais do que gastam... E, portanto, as eleições autárquicas, enquanto pequenas parcelas que decidem pequenos mundos, têm relação direta conosco, com a nossa família, com os vizinhos e amigos, com todos... e é exclusivamente desse ponto de vista que ainda são interessantes.
Quarteira, a putativa candidata a maravilha do Sul é, na verdade, uma cidade que reflecte a profunda miséria enraizada, por um lado no crescimento exponêncial e desordenado, por outro no "espírito do desenrascadinho". A degradação e desorganização urbanísticas, a par de um rol de enormidades crónicas (inexistência de sistema de escoamento para águas pluviais em toda a zona antiga da cidade, infraestruturas de saneamento ineficazes, Vala-real -  entre Quarteira e Vilamoura-, toda a desorganização urbanística da zona da praça do peixe, da lota  e da doca de pescadores, a desorganização do espaço onde anteriormente se situava o bairro de lata junto aos hotéis de várias estrelas em Vilamoura, a EB 2,3 D. Dinis em Quarteira/Vilamoura, o trânsito e estacionamento caóticos durante os meses de Verão, a recolha do lixo durante os períodos de maior afluência de turistas, o abandono e desordenamento de toda a zona do Almargem...
Ficando-nos por aqui teríamos matéria suficiente para assustar um veraneante avisado. Apesar disso, como o povo "vem a banhos" por quinze dias e traz da conserva ao papel higiénico, a ex-maravilha vai sobrevivendo com o aspeto a que os habitantes do ano inteiro se habituaram. Para além do cimento que a Cimpor plantou da serra até à praia, sobra uma frente de mar para onde ainda dessagua a muito popular (por más razões) Vala Real. Do lado dos que fazem que não sabem, temos a  CCDR que tem gente que chega a supor que só à Ribeira do Cadavai interessa o que nela vai... e que perder  a bandeira azul é um azar como os azares que impedem o razoável funcionamento das ETAR’s de Vale do Lobo e de Vilamoura (será que finalmete estão a funcionar nas devidas condições?). Não atribuo a responsabilidade a quem tem dado o seu melhor na Junta de Freguesia, pois as verbas disponibilizadas são escassas e evidenciam a falta de visão dos responsáveis que em Loulé têm dificuldade em perceber que só a valorização de Quarteira e das suas praias poderá sustentar a despesa que a sede de concelho quer seguramente continuar a fazer na cidade em si mesma e nos sorvedores de dinheiro plantados em seu redor. Em nenhum País da Europa se lê assim um concelho, qualquer político sério perceberia que é na frente de mar que está o futuro e que Loulé será o que Quarteira conseguir ser.
Deixo algumas propostas para investimentos absolutamente necessários para Quarteira. Agradeço que acrescentem mais alguns que considerem importantes. Exerçamos cidadania sem a dependência deprimente dos partidos políticos.

- Espaço desordenado onde antes existia o bairro dos pescadores (bairro de lata) - requalificação com um museu do mar e Pólo Universitário;
- Requalificação do Largo do Mercado e do Largo das Cortes Reais;
- Continuação do designado "calçadão" (um dos espaços públicos com maior impacto positivo na cidade de Quarteira);
- Substituição dos choupos (alguns têm sido substituídos por gravílias) por árvores autóctones ao longo das principais avenidas  em Quarteira;
- Continuação e investimento em iluminação pública de baixo custo - iluminação LED;
- Incentivo à aquisição de habitação para os jovens e para famílias numerosas com taxas de IMI apelativas;
- Incentivo à utilização de bicicletas (há mérito no que já foi feito);
- Desconto na fatura da água para famílias com mais de dois filhos;
- Incentivo ao investimento, por via fiscal, em energias renováveis;
- Investimento na recolha seletiva e tratamento de resíduos domésticos, com especial relevo para a valorização de matéria orgânica para compostagem;
- Tornar a recolha de lixo um processo mais célere e mais eficaz;
- Escola EB 2,3 D.Dinis - espaço privilegiado para a construção de uma escola digna, integrada num espaço escolar que abrangeria as piscinas e o campo de desportos; com oferta educativa consentânea com os desafios contemporâneos e com impacto na empregabilidade (energias renováveis; hidroponia; pesca; aquacultura...). 


Agradeço sinceramente os convites para uma participação política mais formal e reconheço valor em algumas pessoas que constam das listas de candidatos dos dois principais partidos (os outros não conheço). A minha pouca paciência para partidos políticos é uma falha que compromete mais e melhor participação. Que me desculpem os de boa fé, os mais pacientes...

terça-feira, 2 de julho de 2013

domingo, 10 de março de 2013

Ser professor

Guinote, postou uma opinião em forma de síntese sob o tema "professor do Futuro". Discutir o putativo professor que o tempo há-de trazer, sem antes questionar "professor para quê?", parece-me constituir uma insubsistente ou, para dar algum crédito à premonição, uma fugaz tentativa de definição de um perfil idílico.
Considero assustador e sintomático de contemporaneidade, relegar competências sociais para secundíssimo plano. Dominar as tecnologias para ser "mais avançado" que a TV ou a Internet é que "estará a dar". A este propósito subscrevo a opinião de um radialista português que é de direita até cinco milhões. Também sou da internet até ao limite em que as relações "olhos nos olhos" não fiquem comprometidas. Mesmo para um professor de alunos de QI acima de 150, dispensar ou subvalorizar as competências sociais será "formar" técnicos de topo, capazes de inventar o mais útil software, mas que desprezarão as relações inter pessoais e cuspirão em valores como democracia ou solidariedade. Discordo.